Politica

Sem resposta à inflação não tem como Bolsonaro crescer, diz cientista política

Pesquisa Datafolha divulgada na quinta-feira (23) mostrou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 47% das intenções de voto na corrida pelo Palácio do Planalto. O presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 28%.

Em entrevista à CNN, a cientista política Deisy Cioccari, apontou os principais desafios neste momento da pré-campanha à Presidência da República.

“O ponto é que ele [Bolsonaro] segue fazendo a mesma coisa de 2018. Então, se ele não oferecer uma resposta pra inflação, que é o grande ponto desse ano, não tem como ele crescer, não tem como ele sair desses 28-30% que acho que é o máximo que ele consegue atingir se ele não oferecer uma resposta suficiente para a população”, disse Deisy.

A especialista avalia que os cenários de 2018 e de 2022 são bastante diferentes.

“Quando ele entrou na campanha de 2018, a gente viveu uma campanha que era um reflexo da operação Lava Jato. O eleitorado estava muito desgastado com a questão da corrupção e queria alguma coisa diferente a tudo que estava ali. O presidente Jair Bolsonaro conseguiu fazer com que uma narrativa de falta de historicidade no congresso fosse confundida com ‘eu não sou a velha política’”, diz.

“Agora, em 2022, ele não tem mais essa história pra contar e não é mais a nova política que ele conseguiu incrustar no eleitor”, completa.

Terceira via
Na pesquisa Datafolha, ainda aparecem Ciro Gomes (PDT), com 8%; André Janones (Avante), com 2%; Simone Tebet (MDB), Pablo Marçal (Pros) e Vera Lúcia (PSTU), com 1%.

A cientista política avalia que “não há menor possibilidade de um nome da terceira via surgir agora”.

“A gente tem nessa disputa eleitoral de 2022 dois nomes populistas muito fortes. Normalmente, quando o país enfrenta uma crise política como foi no período da eleição de 2018 e como é agora com um cenário completamente diferente, completamente sensível, como falei aqui de choque inflacionário, de guerra, de pandemia”, explica Deisy. “A gente tem hoje dois dos maiores líderes populistas da história da política do Brasil que são o Lula e o Bolsonaro. Não tem como uma terceira via surgir num cenário tão polarizado”, avalia.

Para a especialista, um nome para a terceira via pode surgir para a próxima campanha presidencial, em 2026.

 

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