Aquisições de PCGs e CGHs: o segredo por trás da consolidação e da competitividade
De acordo com Leonardo Siade Manzan, a consolidação de setores estratégicos refere-se ao processo pelo qual empresas dentro de indústrias-chave se unem, geralmente por meio de fusões e aquisições, para formar organizações mais robustas e competitivas. Esse fenômeno é particularmente relevante em setores considerados cruciais para a soberania, inovação e segurança econômica de um país, como energia, saúde, tecnologia, defesa e infraestrutura.
A lógica por trás da consolidação é multifacetada: além da busca por ganhos de escala e eficiência operacional, também há o objetivo de controlar ativos críticos e evitar a fragmentação que compromete a coordenação estratégica. No contexto atual, onde a competição global se intensifica e as tensões geopolíticas aumentam, a consolidação é frequentemente impulsionada por diretrizes governamentais ou interesses. Entenda!
Quem são os PCGs e CGHs e qual seu papel nesse processo?
Os PCGs (Private Corporate Groups – Grupos Corporativos Privados) e os CGHs (Conglomerados de Grande Hierarquia) são atores centrais nesse cenário. PCGs são normalmente holdings privadas com foco estratégico em setores específicos, enquanto os CGHs geralmente representam conglomerados multi-setoriais com forte apoio político ou institucional. Ambos operam com a missão de ampliar sua influência e controle sobre cadeias produtivas inteiras por meio da aquisição de ativos estratégicos.
Segundo Leonardo Siade Manzan, ao adquirirem empresas menores ou startups promissoras, essas entidades conseguem centralizar inovação, infraestrutura e capital humano, otimizando processos e garantindo vantagem competitiva. Além disso, seu papel muitas vezes ultrapassa o interesse puramente comercial, estendendo-se para objetivos de segurança nacional e políticas industriais de estado.

Para Leonardo Siade Manzan, PCGs e CGHs são ferramentas de consolidação eficiente.
Como o cenário global influencia essa tendência?
O ambiente geopolítico atual tem papel direto na aceleração das aquisições por PCGs e CGHs, explica Leonardo Siade Manzan. A guerra tecnológica entre potências como Estados Unidos e China, os impactos da pandemia e as tensões no Oriente Médio e na Europa pressionaram países a fortalecer suas capacidades internas por meio da consolidação de setores estratégicos.
Nesse contexto, os conglomerados se tornam veículos para a internalização de cadeias produtivas e a proteção de ativos considerados sensíveis. A corrida por autonomia tecnológica, energética e de defesa está moldando políticas industriais em diversos continentes, resultando em uma competição não só entre empresas, mas entre modelos nacionais de desenvolvimento.
Que papel a regulação desempenha nesse processo?
Para Leonardo Siade Manzan, a regulação é o principal instrumento para equilibrar os benefícios e os riscos da consolidação. Autoridades, órgãos reguladores e agências de defesa precisam adaptar suas ferramentas para lidar com estruturas corporativas cada vez mais complexas e interdependentes. A análise de fusões e aquisições em setores estratégicos vai além de critérios puramente econômicos, exigindo avaliação de impacto social, segurança cibernética e resiliência de infraestrutura.
Em alguns casos, legislações específicas são criadas para limitar ou vetar a participação de atores estrangeiros em setores sensíveis, como ocorre com leis de segurança nacional nos EUA, Alemanha ou Brasil. A regulação, quando bem implementada, atua como um freio necessário para evitar abusos de poder e garantir que a consolidação ocorra em consonância com o interesse público.
Por fim, Leonardo Siade Manzan frisa que a tendência é que as aquisições de PCGs e CGHs em setores estratégicos se intensifiquem nos próximos anos. O mundo caminha para uma nova fase de industrialização e reestruturação econômica, impulsionada por inteligência artificial, transição energética e novas formas de conflito geopolítico. Nesse cenário, grupos corporativos com visão de longo prazo e capacidade de investimento agressiva continuarão a moldar mercados inteiros.
Autor: Viktor Mikhailov